O que é bruxismo?
O bruxismo é um problema mais comum do que se imagina. Segundo dados da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) estima-se que, só no Brasil, aproximadamente 40% da população sofre com esse distúrbio.
Os movimentos ocorrem de forma involuntária e causam sérios danos. O distúrbio, que acomete homens e mulheres, tende a dar sinais ainda na infância e ser causado por diferentes fatores.
O bruxismo pode acontecer quando você está acordado ou dormindo. Conheça os dois tipos:
- Bruxismo acordado: você aperta a mandíbula e range os dentes durante o dia. Geralmente, está ligado a questões emocionais e não precisa de tratamento, já que é provável que a pessoa mesmo perceba e pare. O gerenciamento do estresse pode ajudar a reduzir a frequência.
- Bruxismo do sono: você range os dentes enquanto dorme, o que pode causar mais danos, já que não sabe que isso acontece. Outro desafio com o bruxismo do sono é que as pessoas não percebem o quão forte apertam a mandíbula e os dentes. De tal modo, o problema pode desencadear outro: dores de cabeça frequentes.
Ainda não existe um consenso sobre as causas desse transtorno, mas é possível que haja ligação a fatores genéticos, ansiedade, situações de estresse ou a problemas físicos de oclusão ou fechamento inadequado da boca.
O problema pode afetar jovens e adultos, mas é muito comum entre crianças de até 6 anos, já que nesse período os dentes começam a crescer e se fixar na gengiva. Por isso, é recomendado realizar um acompanhamento odontológico, para evitar o agravamento do bruxismo e danos sérios à saúde.
Telas e açúcar: qual a relação com o bruxismo?
Estudos científicos comprovam que as telas eletrônicas e o açúcar podem ter relação direta com o surgimento de desordem comportamental e do sono, principalmente em crianças.
Isso porque o tipo de luz emitida pelos aparelhos eletrônicos provoca um efeito denominado “luz azul” no cérebro, que interfere na produção dos hormônios do sono. Isso prejudica a qualidade do descanso e pode desencadear o bruxismo.
Já o consumo excessivo de doces pode reforçar uma mastigação forçada, como, por exemplo, balas duras que além de causar cáries podem deixar os dentes sensíveis e até mesmo quebradiços. Inclusive, esse hábito pode estar relacionado à ansiedade, onde mastigar pode ser um jeito de “aliviar” essa tensão.
Por isso, é recomendado aos pais não reforçar esse tipo de comportamento nas crianças e adotar práticas como:
- Limitar o tempo de uso de aparelhos eletrônicos durante o dia e principalmente antes de dormir;
- Dar um banho morno para deixá-los mais tranquilos;
- Usar músicas para acalmar os pequenos, criando um ambiente tranquilo e agradável;
- Ler um livro para eles antes de dormir.
Essas são apenas algumas práticas que podem melhorar o sono não somente das crianças como também dos adultos.
Bruxismo: como é realizado o diagnóstico?
Como vimos, os sintomas mais comuns do bruxismo são o ranger, apertar ou bater de dentes. Mas esses não são os únicos sinais deixados pelo distúrbio. Confira os mais comuns, a seguir:
- Dentes achatados, fraturados, lascados ou soltos;
- Esmalte do dente desgastado, expondo as camadas mais profundas do dente;
- Aumento da dor ou sensibilidade dentária;
- Músculos da mandíbula cansados ou apertados, ou uma mandíbula travada que não abre ou fecha completamente;
- Dor na mandíbula, pescoço ou rosto;
- Dor que parece uma dor de ouvido, embora, na verdade, não seja um problema com o ouvido;
- Dor de cabeça começando nas têmporas;
- Danos por mastigar o interior da bochecha;
- Dor de cabeça causada pela pressão mandibular;
- Hipersensibilidade nos dentes;
- Hipertrofia do músculo masseter (um dos responsáveis pela mastigação e elevação da mandíbula);
- Fluxo de saliva reduzido.
Caso o adulto ou a criança apresente qualquer um dos sintomas acima mencionados, é recomendado procurar um profissional e realizar os exames necessários. O dentista pode realizar o diagnóstico por meio de exames como:
- Radiologia intra-oral (raio X da boca): localiza fraturas, desgastes ou alterações nos dentes. Além disso, permite realizar uma análise da gengiva e mandíbula. O exame é muito usado, também, para detectar problemas como a mordida cruzada;
- Detecção de força de mordida: é feito com o auxílio de uma placa de bruxismo, que possui sensores e mede a força proporcionada pela pressão da mordida. Assim, é possível verificar se há alguma alteração nos movimentos;
- Polissonografia: é um exame realizado enquanto o paciente dorme por meio de sensores aplicados em determinadas partes do corpo, que registram informações como respiração, atividade cerebral e muscular. Dessa forma, o dentista identifica movimentos incomuns durante o sono, como o ranger dos dentes.
Como é feito o tratamento de bruxismo?
O bruxismo não tem cura, entretanto há diversos tratamentos que podem amenizar os problemas causados pelo distúrbio. A estratégia é realizada de forma terapêutica sendo baseada em três medidas:
- Uso de placas estabilizadoras;
- Mudança comportamental;
- Orientações para melhorar a higiene do sono.
Essas três práticas visam controlar o distúrbio e evitar um possível agravamento. Por isso, a maioria dos especialistas recomenda que os tratamentos sejam realizados com uma abordagem multidisciplinar, incluindo:
- Prática de exercícios fisioterápicos;
- Utilização de técnicas de relaxamento;
- Apoio de psicoterapia, hipnose ou terapia cognitiva comportamental;
- Uso de medicamentos por um curto período, quando o tratamento não gera o resultado desejado.
Vale ressaltar que o tratamento pode variar conforme as necessidades de cada paciente. Por isso, realizar exames é fundamental para identificar o problema.
Se você ou seu filho apresentam algum sintoma mencionado anteriormente, agende uma consulta com um dos nossos especialistas e tire suas dúvidas.